sexta-feira, 28 de agosto de 2015

HOMERO DE SOUZA CAMPOS

HOMERO DE SOUZA CAMPOS
(67 anos)
Ator, Cantor e Humorista

* Campos Gerais, MG (1930)
+ Guarulhos, SP (31/07/1997)

Mazzaropi não foi responsável apenas em revelar grandes nomes para a dramaturgia brasileira, há  algumas exceções , e uma delas foi Homero de Souza Campos, um dos grandes nomes da musica sertaneja. Homero ficou conhecido no mundo sertanejo como "Ranchinho II" (apesar de ter sido o "terceiro") da famosa dupla-cômica "ALVARENGA E RANCHINHO", ao lado de Murilo Alvarenga (1912-1978), e após o falecimento deste, se apresentava com o pseudônimo de "Ranchinho da Viola".
 
Bem antes de tornar-se o "Ranchinho", Homero atendia por outro pseudônimo, o de "Nhô Pinta" - uma alusão a "pinta" que tinha do lado direito do rosto - com o qual em 1950, se junta  a "Bolinha" (Euclydes Pereira Rangel) e "Cosmorama" para formarem o "Trio Mineiro", fazendo parte do elenco fixo da Rádio Piratininga de São Paulo.
 
Em 1956, ouve mudanças no trio com a saída de "Bolinha" e "Cosmorama", substituídos por "Mariano da Silva" e "Robertinho do Acordeon". Nesse período apresentaram-se nos programas "Festa na roça", na Rádio Tupi e "Alvorada cabocla", na Rádio Nacional, ambas de São Paulo. Apresentavam-se  também em circos e chegaram a gravar  - em ambas as duas formações - um total de 12 discos 78 RPM. O trio se desfez em 1957.
 
E só para esclarecer, em 1959 surge outro "Trio Mineiro", sem ligação alguma com as duas formações anteriores, formado por "Mineirinho", "Hernandez" e "Goia".
 
Com o fim do trio, segue na estrada  cantando e se apresentando ainda como "Nhô Pinta", ora nos rádios, ora nos circos. Nesse meio conhece Amacio Mazzaropi, que estava fazendo uma temporada de shows por varias cidades do interior, para terminar a produção de seu primeiro filme autoproduzido. Se tornam amigos, e pouco tempo depois, Homero aparece como seu motorista e companheiro em  suas apresentações, começando assim uma nova etapa em sua carreira artística.

No dia 03 de maio de 1959, Homero dirigia uma perua de placa 4-36-09, com a qual levava Mazzaropi a São Caetano, a fim de verificarem a frequência nas salas que exibiam a película de "CHOFER DE PRAÇA" - primeira produção da PAM Filmes - que havia sido lançada três semanas atrás nos cinemas de São Paulo. Tudo corria bem, até que na confluência das avenidas "Quarto Centenário" e "Republica do Líbano", próximo ao Parque do Ibirapuera, o automóvel foi atingido por um Fusca que vinha em sentido transversal e em grande velocidade, guiado por Aldo Valente.

Mazzaropi foi o único a se ferir no acidente, pois não estava usando o cinto de segurança, tendo sido arremessado a distancia, e na queda teve fraturas expostas nos dois braços e lesões em varias vertebras. Foi socorrido e levado ao Hospital das Clinicas, sendo transferido em seguida ao Hospital Santa Catarina, onde passou por duas cirurgias, uma na espinha e outra nos braços, permanecendo internado.

Após passado o grande susto do acidente, Homero recebe um convite especial de Mazzaropi, que já recuperado, prepara-se para começar as filmagens de um novo filme. O convite é para fazer parte do elenco de "JECA TATU" (1959), no qual recebe uma espécie de homenagem, ao aparecer como o motorista de carro de aluguel, que leva o Jeca (já na cidade grande) até a mansão do Deputado, causando a maior confusão na hora de pagar a corrida. Este é seu único trabalho no cinema, e também o único em que aparece usando seu nome de batismo.

Na década de 60, Homero conhece o cantor e humorista Murilo Alvarenga (1912-1978), que ao lado de Diésis dos Anjos Gaia (1913-1991), formava a famosa dupla caipira "ALVARENGA E RANCHINHO", conhecida nacionalmente por suas músicas cômicas e paródias. Desde a formação original da dupla, em 1933, Diésis se fez ausente várias vezes, chegando a ser substituído por Delamare de Abreu (1920), irmão por parte de mãe de Murilo, e que também adotava o nome de "Ranchinho". Até que em 1965 depois de tantas "idas e voltas", Diésis abandona de vez a dupla, e acaba sendo substituído definitivamente, desta vez por Homero, que passa ser o novo  "Ranchinho".
Murilo Alvarenga e Homero de Souza Campos

A nova dupla segue fazendo sucesso, se apresentando com certa frequência em programas de TV, até o inicio da década de 70, quando passam a se apresentar quase que exclusivamente em turnês pelo interior do país. Em 1973, gravam pela RCA aquele que viria ser o último LP da dupla, intitulado de "Os Milionários do Riso". Homero foi o "Ranchinho" que mais tempo ficou ao lado de Murilo Alvarenga, permanecendo desde 1965 até a morte do mesmo, ocorrida em 18 de janeiro de 1978. Os três "Ranchinhos" estiveram presentes no velório de "Alvarenga".
 
Homero de Souza Campos, faleceu no dia 31 de julho de 1997, vitima de Câncer de Pulmão, tendo sido sepultado no dia seguinte, 01/08 em Guarulhos.

DEIXOU SAUDADES

Filmografia

  • 1959 - Jeca Tatu ... Taxista

Texto: Daniel Pereira
Pesquisa e Montagem: Daniel Pereira
Agradecimentos: André Luiz Mazzaropi

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

PIROLITO


ANTONIO MALHONE
(77 anos)
Ator, Palhaço e Empresário Circense

* Nova Europa, SP (01/11/1922)
+ Votorantim, SP (25/12/1999)


O Palhaço Pirolito, nome artístico de Antonio Malhone, nascido na cidade paulista de Nova Europa, filho de uma família circense, eram seus pais Júlio Malhone e dona Maria Rosa Malhone. Perdeu o pai muito cedo, quando tinha apenas três anos de idade. Então sua mãe viúva, sozinha e com um filho pequeno para criar, se casa novamente com Jose Alves do Nascimento que o criou como se fosse seu próprio filho. E aos seis anos de idade começou a trabalhar no picadeiro, surgindo assim o famoso palhaço Pirolito.

Em 1940 é convocado para cumprir o Serviço Militar que dura um ano, quando retorna se apaixona pela filha do dono do circo onde trabalhava com a sua família, esta jovem é Benedicta Dalva Fernandes, com quem se casa em 1942, surgindo assim uma nova família.

Dois anos mais tarde, exatamente em 20 de agosto de 1944 nasce sua filha Guaraciaba, e quando ela esta com dois anos o pai de Dalva da a eles uma certa quantia em dinheiro para que  montem o seu próprio circo, que ao ficar pronto recebe o nome de "Circo-Teatro Guaraciaba", que é inaugurado no dia 26 de junho de 1946, no bairro Jaçanã, em São Paulo.
 
Mesmo com apenas 24 anos, Antonio Malhone era responsável por uma das maiores organizações de circo-teatro, ganhando prestígio e respeito não só pela logística de equipamentos, montagem e figurinos, como também pela maneira rígida e metódica de conduzir seus espetáculos.
 
Seis anos mais tarde, em 1952, houve a separação do casal e sua filha fica sob sua responsabilidade. Sempre a frente do circo, elevando seu nome cada vez mais, sendo os ensaios das peças sempre a seu comando, Pirolito era sempre rigoroso com seus espetáculos. A apresentação dos artistas tinha que ser impecável, ele não admitia erros e muito menos, a falta de respeito com o público. Dizia sempre que:  "Ao chegar na bilheteria eles não sabem o que estão comprando, por isso devemos respeitá-lo e oferecer o que de melhor podemos dar". Outra coisa, não admitia em hipótese alguma palavrões em cena.

Sempre foi um artista versátil, indo do cômico ao dramático com uma perfeição comovente. Mas o  seu forte mesmo era os papeis cômicos, com os quais sempre dava um show, como por exemplo : Anacleto da peça "SE O ANACLETO SOUBESSE", Jacinto de "MULHER DO ZÉBEDEU",  Quincas da "DITADORA", Lupino de  "AÍ VEM O BARÃO", Juca de "O CÉU UNIU DOIS CORAÇÕES", Maneco do "MINISTRO SUPREMO", Tico-Tico de "MESTIÇA", Pascoal o italiano de "RANCHO FUNDO",  apenas para citar algumas, pois foram tantas peças e papéis que é quase impossível citar todas.

E é no mundo do circo que conhece Amácio Mazzaropi, que o convida para participar do filme "JECA TATU" (1959), sendo este o primeiro filme de sua carreira. Nas décadas seguintes, Pirolito participa de varias produções nacionais, na maioria com o cômico e amigo Mazzaropi, com quem faz ainda "JECA MACUMBEIRO" (1974) e "JECÃO... UM FOFOQUEIRO NO CÊU" (1977), nos quais curiosamente interpreta o mesmo personagem, o de um amigo do Jeca chamado "Nhô Nhô". Mas tem seu melhor momento no filme "LUAR DO SERTÃO" (1971), ao lado da  famosa dupla sertaneja Tonico e Tinoco, no qual com expressivo papel, aparece praticamente em todos os momentos do filme, mostrando seu talento cômico.
 
Pirolito era muito elétrico, não parava em lugar nenhum, sempre aceso, corria daqui pra dali, vendo terreno para mudar o circo, fazendo secretaria, contratando shows para a semana, programando as peças a serem levadas, ensaiando peças, bolando novos repertórios. E assim o circo percorreu quase todo o interior paulista e litoral, chegando na cidade de Sorocaba na década de sessenta, onde conquistou a cidade toda e permaneceu por quase dez anos percorrendo todos os bairros. Sua filha Guaraciaba, seu compromisso de amor eterno, era seu braço direito, estando sempre a frente dos espetáculos levando sua beleza, simpatia e arte ao publico.

Depois de alguns anos o circo vai para a cidade de Campinas percorrendo vários bairros, mas o amor por Sorocaba não acabou. Até que infelizmente na década de 1980 chega ao fim o famoso "Circo-Teatro Guaraciaba", e com isso Pirolito e Maria Isabel de Oliveira, sua segunda esposa, fixam definitivamente residência na cidade de Votorantim, na avenida 31 de março, onde começou a vender bilhetes pelas ruas da cidade .
 
Passava os dias contando piadas aos amigos nas ruas, no gabinete do Prefeito e Vereadores, sempre muito comunicativo e com um rastro de vida cheia de emoções e histórias maravilhosas para contar, e isso fazia com que ele fosse uma pessoa bem quista em todos os ambientes que chegava, a sua presença era sempre muito agradável.
 
Assim ele ia passando os dias e escondendo suas tristezas e frustrações por deixar aquela vida que tanto amava. Passado algum tempo ele ficou doente  vitima de um câncer no fígado que devagarzinho foi lhe tirando as forças, e causando-lhe uma dor que impossibilitava o mais simples movimento.e como já não podia mais sair conversar com seus amigos, a sua tristeza foi aumentando.

O seu sofrimento teve fim em 25 de dezembro de 1999, num dia tão festivo, quando todas as famílias principalmente a circense se reuniam com os parentes para festejar o Natal, em Sorocaba e Votorantim,  o inesquecível e eterno Palhaço Pirolito, deixava a vida para entrar para história, como se estivesse esperando por esse dia, quando todos os seus amigos e artistas estivessem reunidos. Deixando um legado a sua única filha Guaraciaba, aos três netos e um bisneto, todos Profissionais de Circo.
 
A sua partida deixou muitas saudades, não só para os amigos e familiares como também ficou um vazio na avenida, insubstituível principalmente de suas piadas.
 
 
Filmografia
 
  • 1959 - Jeca Tatu ... Deputado
  • 1963 - Lá no Meu Sertão
  • 1971 - Luar do Sertão
  • 1972 - Os Desempregados
  • 1972 - Os Três Justiceiros
  • 1974 - Jeca Macumbeiro ... Nhô Nhô
  • 1977 - Jecão... Um Fofoqueiro no Céu ... Nhô Nhô
  • 1980 - Jeca e a Égua Milagrosa ... Padre


Fonte: IMDb, Circonteúdo
Pesquisa e Montagem: Daniel Pereira

quarta-feira, 19 de agosto de 2015

GENY PRADO

GENNY DE ALMEIDA PRADO
(78 anos)
Atriz

* São Manuel, SP (12/07/1919)
+ São Paulo, SP (17/04/1998)
 
 
 Genny Prado, começa sua carreira como radioatriz em 1943, na Rádio Cruzeiro do Sul. Mais tarde, transfere-se para as  Rádio São Paulo e Rádio Tupi, onde conhece Amácio Mazzaropi, que nesta época já era famoso por seus programas humorísticos, nascendo ali uma história de amizade que levariam por toda vida.  Como Geny Prado, tinha  um jeito simples de ser, mas com vocação para o humorismo, Mazzaropi vê nela sua parceira perfeita e a convida para participar do Programa "RANCHO ALEGRE", que em 1951, passa para a televisão, fazendo muito sucesso.

João Restiffe, Geny Prado e Mazzaropi,
em cena do Programa "Rancho Alegre", na TV Tupi.

Ainda na TV Tupi, faz  "TV de Vanguarda" e "TV de Comédia" , ambas de Geraldo Vietri. Passando em seguida para a TV Excelsior, onde faz as novelas: "O CAMINHO DAS ESTRELAS" (1965) de Dulce Santucci, "O MORRO DOS VENTOS UIVANTES" (1967) de Lauro César Muniz, "O DIREITO DOS FILHOS" (1968) de Teixeira Filho e "SANGUE DO MEU SANGUE" (1969) de Vicente Sesso. Após a falência desta emissora, Geny Prado retorna a TV Tupi, participando das novelas:  "MEU PÉ DE LARANJA LIMA" (1970) de Ivani Ribeiro, "SIGNO DA ESPERANÇA" (1972) de Marcos Rey, "UM DIA O AMOR" (1975) de Teixeira Filho, "PAPAI CORAÇÃO" (1976) de José Castellar, entre tantas outras de sua vasta e sólida carreira, fazendo história na teledramaturgia brasileira.

Sua estreia no Cinema deu-se em 1958, no filme "CHOFER DE PRAÇA", primeiro filme produzido por Mazzaropi, em sua recém-criada Companhia, a PAM Filmes, e a partir do qual Geny Prado passa a fazer o papel que a deixaria conhecida em todo o Brasil, a de eterna "esposa do Jeca",  presente em 17 dos 18 filmes que fez ao lado do comediante, com exceção apenas de "ZÉ DO PERIQUITO" (1960) em que interpreta "Pelanca" amiga de "Zé Nó".
 
Carlos Garcia, Mazzaropi e Geny Prado.
Em sua carreira Cinematográfica destacam-se: "JECA TATU" (1959), "BETÃO RONCA FERRO" (1970), "O JECA E SEU FILHO PRETO" (1978), "A BANDA DAS VELHAS VIRGENS" (1979), todos ao lado de Mazzaropi,  e "GOLIAS CONTRA O HOMEM DAS BOLINHAS" (1969) com produção e direção  de Victor Lima e estrelado por Ronald Golias.

Após a morte de Mazzaropi em 1981, volta as telas do Cinema somente em 1985 para participar de "MARVADA CARNE", um dos melhores filmes brasileiros, no qual recebe uma deliciosa homenagem do cineasta André Klotzel, infelizmente sendo esse o seu ultimo filme e marcando a despedida de uma das melhores atrizes brasileiras.

Na televisão ainda participa das novelas: "OS ADOLESCENTES" (1981) de Ivani Ribeiro, e "NINHO DA SERPENTE" (1982) de Jorge Andrade, ambas na TV Bandeirantes, indo depois para a recém-criada SBT, onde marca presença em "JERONIMO" (1984) de Moysés Weltman, e "UMA ESPERANÇA NO AR" (1985) de Amilton Monteiro e Ismael Fernandes, sendo esta a sua última aparição na telinha e seu último trabalho como atriz.

Geny Prado,
 a quem Mazzaropi chamava de "Cabocla".


Afastada da vida artística, muito doente e pobre, morre de câncer em 17 de abril de 1998, aos 78 anos de idade.

 DEIXOU SAUDADES...
 
 
Filmografia
 
  • 1959 - Chofer de Praça ... Augusta
  • 1960 - Jeca Tatu ... Jerônima
  • 1960 - As Aventuras de Pedro Malazartes ... Maria
  • 1960 - Zé do Periquito ... Pelanca
  • 1961 - Tristeza do Jeca ... Filó
  • 1962 - O Vendedor de Linguiças ... Carmela
  • 1963 - Casinha Pequenina ... Fifica
  • 1964 - O Lamparina ... Marcolina Jabá
  • 1965 - Meu Japão Brasileiro ... Magnólia
  • 1968 - O Jeca e a Freira ... Floriana
  • 1969 - No Paraíso das Solteironas ... Manuela
  • 1969 - Golias Contra o Homem das Bolinhas ...
  • 1973 - Betão Ronca Ferro ...
  • 1973 - Um Caipira em Bariloche ..."Duvirgem"
  • 1976 - O Jeca Contra o Capeta ...
  • 1977 - Jecão... Um Fofoqueiro no Céu ... Cesariana
  • 1978 - O Jeca e seu Filho Preto ... Bomba
  • 1979 - A Banda das Velhas Virgens ... Generosa
  • 1980 - O Jeca e a Égua Milagrosa ... "Falecida"
  • 1985 - A Marvada Carne ... Nhá Policena


Pesquisa e Montagem: Daniel Pereira

terça-feira, 5 de maio de 2015

HENRICÃO

HENRIQUE FELIPE DA COSTA
(76 anos)
Ator, Cantor, Compositor e Carnavalesco

* Itapira, SP (11/01/1908)
+ Rio de Janeiro, RJ (11/06/1984)


Henrique Felipe da Costa, foi um cantor, compositor, carnavalesco, folião, lavador de carros, motorista, e ator brasileiro conhecido como carinhosamente como Henricão, que em sua vid participou desde o trabalho árduo na lavoura até o futebol amador e foi um ótimo goleiro do time do Radium, de Mococa (SP).

Henricão veio para São Paulo aos 16 anos de idade para treinar no Corinthians, mas pouco tempo durou essa situação. O apelo da gafieira paulistana, onde sua voz logo passou a ser requisitada, foi mais forte que o amor ao futebol.

A sua estréia no cinema foi no filme "ALMAS ADVERSAS" (1949), encontrando a fama três anos depois ao interpretar o escravo rebelde Justino em "SINHÁ MOÇA" (1952). Sua extensa carreira cinematográfica conta com 26 filmes, sendo cinco deles ao lado de Mazzaropi, com destaque para "O JECA E A FREIRA" (1968)  e "O JECA E SEU FILHO PRETO" (1978). Seu sucesso foi tanto, que chegou  a receber sete prêmios como ator.

Estreou no rádio em 1927, na extinta Rádio Educadora do Brasil, continuando, depois, na Rádio Record. Mas infelizmente ele foi mais um desses inúmeros casos de compositores de grandes sucessos que caíram no esquecimento. Figura querida, o risonho Henricão, gostava muito de Carnaval, tanto que com 76 anos de idade e pesando 130 quilos, inscreveu-se no Concurso para Rei Momo, em janeiro de 1984, obtendo maioria absoluta de pontos nos itens simpatia e animação, se tornando o primeiro Rei Momo negro da história do Carnaval. Também foi um fundadores da Escola de samba Vai-Vai.

Seu apelido vem de sua alta estatura. Também era um gigante na hora de compor. É autor de inúmeras músicas que se tornaram eternas, dentre elas "Está Chegando a Hora", um dos maiores sucessos da história do carnaval e até hoje cantada nos estádios brasileiros ou na despedidas de alguém. A canção foi gravada por Carmen Costa, intérprete preferida do compositor, com quem chegou a formar dupla nos anos 40, e com quem também fora casado.  Regravada por nomes de peso da Música Popular Brasileira como Maria Bethânia e Elis Regina. "Está Chegando a Hora", na verdade, é uma adaptação de "Cielito Lindo", uma antiga melodia do folclore mexicano. O compositor confessou que estava em Pernambuco e percebeu que a platéia gostava de cantar a música mexicana, escreveu uma nova letra que caiu de imediato no gosto do público, o que levou Ary Barroso a considerar plágio aquilo que, obviamente, é apenas uma versão da música.

Mas unanimidade mesmo na obra de Henricão é a adorável "Só Vendo Que Beleza",  parceria com Rubem Campos. O compositor contou que a inspiração para a música surgiu quando ouviu uma conversa de bar entre dois aspirantes a Fuzileiros Navais. O interessante é que a singeleza da letra, que retrata um ambiente bucólico, marcado de belezas naturais propícias ao romance, uma verdadeira fórmula da felicidade, foi contrastado pouco tempo depois pelo próprio Henricão ao compor "Casinha da Marambaia", música que mostra um cenário pessimista e de destruição daquele belo cenário da música anterior. provavelmente uma forma do brilhante compositor pegar carona no sucesso da sua composição original.

Em sua longa carreira compôs várias outras músicas em parceria com nomes como: Ataulfo Alves, Wilson Batista e Geraldo Pereira. Passou parte de sua vida em Belo Horizonte e voltou definitivamente para São Paulo em 1962, onde continuou a cantar e a desfilar nos carnavais pelo bloco Mocidade da Zona Leste. 
 
Henricão faleceu no Rio de Janeiro, no dia 11 de junho de 1984,  em conseqüência de um acidente vascular cerebral, com 76 anos de idade.

Deixou saudades...

HOMENAGEM
 
Após sua morte, a Escola Municipal Jardim Campos, fundada em 1982 em São Paulo, mudou de nome para Escola Municipal Henrique Felipe da Costa, através do Decreto nº 20.275 de 19/10/1984.
 
FILMOGRAFIA
 
  • 1949 - Almas Adversas
  • 1952 - Meu Destino é Pecar
  • 1953 - Sinhá Moça
  • 1954 - O Circo Chegou á Cidade
  • 1956 - A Estrada
  • 1956 - Eva no Brasil
  • 1956 - Padroeira do Brasil
  • 1957 - Casei-me com um Xavante
  • 1957 - O Gato de Madame
  • 1957 - Uma Certa Lucrécia
  • 1958 - Vou Te Contá
  • 1960 - Cidade Ameaçada
  • 1961 - A Primeira Missa
  • 1965 - O Mistério do Taurus
  • 1965 - O Puritano da Rua Augusta
  • 1968 - O Jeca e a Freira
  • 1970 - Betão Ronca Ferro
  • 1971 - O Macabro Dr. Scivano
  • 1972 - A Marcha
  • 1973 - Mestiça, a Escrava Indomável
  • 1978 - O Jeca e Seu Filho Preto
  • 1980 - A Filha de Emmanuelle
  • 1981 - A Insaciável - Tormentos da Carne
  • 1981 - Volúpia ao Prazer
  • 1982 - Rodeio de Bravos
  • 1983 - As Panteras Negras do Sexo


Pesquisa e montagem: Daniel Pereira
fontes: IMDb e Recordando a MPB

 

terça-feira, 14 de abril de 2015

VIANA JÚNIOR

SÉRGIO VON PUTTKAMMER
(68 anos)
Ator e Humorista

* São Paulo, SP (10/06/1941)
+ Itanhaém, SP (07/06/2010)

Viana Junior, nome artírstico de Sérgio Von Puttkammer, foi um ator e humorista brasileiro. Estreou como ator no cinema, ao participar do filme "TRISTEZA DO JECA" (1961), ao lado de Mazzaropi, com quem trabalhou em mais dois filmes: "O VENDEDOR DE LINGUIÇAS" (1962), como assistente de produção e em "CASINHA PEQUENINA" (1963).

Viana Junior, como Apolônio
Neste mesmo ano estreia na TV, no programa "SETE BELO SHOW" (1963). Mas ficou conhecido nacionalmente com seu personagem  "Apolônio" do programa humorístico "A PRAÇA DA ALEGRIA", de Manoel da Nóbrega, na antiga TV RECORD, que ao lado da personagem "Velha Surda", interpretada por Rony Rios (Ronald Leite Rios), formaram uma das duplas cômicas mais famosas, sendo sucesso por décadas e até hoje lembrada pela maior parte dos brasileiros. Posteriormente, a partir de 1987 o programa passa a ser exibido pelo SBT, intitulada de "A PRAÇA É NOSSA". Após a morte de Rony Rios, em 2001, Viana se afastou da carreira artística.
 
Vítima de tumor cerebral, o humorista sofria de ataxia cerebelar, doença que faz com que não se tenha controle sobre os movimentos musculares, motivo pelo qual ele se locomovia de cadeira de rodas.

Em 19 de maio de 2010, vários artistas realizaram um show  no Teatro Gazeta, em São Paulo, para ajudar a arrecadar fundos para o tratamento de saúde de Viana Junior.  Participaram do evento Moacyr Franco, Marly Marley, Silvio Brito, Sula Miranda, Demétrius, Luiz Ayrão, entre outros.

Viana Junior morreu no dia 07 de junho de 2010, vítima de falência múltipla de órgãos e estava em sua casa na cidade litorânea de Itanhaém, ao lado da esposa. Foi enterrado no Cemitério Municipal da cidade no mesmo dia da sua morte.
 

FILMOGRAFIA
  • 1961 - Tristeza do Jeca
  • 1962 - O Vendedor de Linguiça
  • 1963 - Casinha Pequenina
  • 1977 - A Árvore dos Sexos
  • 1977 - Nem As Enfermeiras Escapam
    TELEVISÃO 
  • 1963 - Sete Belo Show
  • 1965 - Quem Bate
  • 1965/1967 - Mãos ao Ar
  • 1965 - Quatro Homens Juntos
  • 1967/1977 - A Praça da Alegria
  • 1987/2001 - A Praça é Nossa


Pesquisa e montagem: Daniel Pereira


 

 

terça-feira, 7 de abril de 2015

NELLO PINHEIRO

NÉLIO MACHADO PINHEIRO
(75 anos)
Ator, Radioator, Radialista e Advogado

* Jaú, SP (01/01/1918)
+ Fóz do Iguaçu, PR (20/08/1993)
 
 
Nascido na cidade de Jaú, interior do estado de São Paulo, Nélio Pinheiro, também grafado como Nello Pinheiro, foi um advogado e ator brasileiro que atuou no Rádio, Cinema e Televisão. Era filho de Joaquim Pinheiro, funcionário público e de D. Alzira do Amaral Machado Pinheiro, comerciante.
 
Iniciou sua carreira no rádio, mais precisamente no dia 15 de maio de 1934, em sua cidade natal, como locutor-oficial da cerimônia de início das atividades (inauguração), da então denominada P.R.G.-7 - Rádio Sociedade Jahuense Ltda, tendo na época 16 anos de idade. Alí permaneceu na função de locutor-apresentador até fins da década de 30, quando então muda-se para o São Paulo. 
 
Na capital paulista, faz Faculdade de Direito e ingressa na Rádio São Paulo, na qual começa a trabalhar como radioator, sendo sua estreia em "RENÚNCIA" (1941). Posteriormente passa também pela Rádio Panamericana, de São Paulo. Em 1945, após concluir a faculdade, muda-se para o Rio de Janeiro para integrar o elenco de rádio-teatro da famosa Rádio Nacional, onde brilha em inúmeras radionovelas. Passando também pelas Rádio Mundial e Rádio Mayrink Veiga, além da Rádio Tupi.
 
Nello Pinheiro, por ser dono de uma bonita voz, estreou no cinema como narrador do filme “O HOMEM QUE PASSA” (1949), de Moacyr Fenelon, estrelado por Rodolfo Mayer e Lourdinha Bittencourt.
 
Começou na televisão em 1957, fazendo teleteatros no "GRANDE TEATRO TUPI", na extinta TV Tupi, na qual também esteve nas novelas: "AS PROFESSORINHAS" (1965), "ANA MARIA, MEU AMOR" (1965), "SOMOS TODOS IRMÃOS" (1966), "SANGUE REBELDE" (1966) e "O ANJO E O VAGABUNDO" (1966).
 
Durante os primeiros anos da década de 60, ele foi assistente de topo do então presidente brasileiro João Goulart (1961-1964). Em 1967 nos Estados Unidos integrou a equipe brasileira da Voz da América (Voice of América).
 
Passados quase 30 anos após sua estreia no cinema, Nello Pinheiro retorna as telonas , só que desta vez como ator , fazendo dois filmes ao lado de Mazzaropi: "O JECA E A FREIRA" (1967), interpretando o delegado "mal-humorado", e "UMA PISTOLA PARA D'JECA" (1969), neste filme aparecendo com maior destaque, estando presente em quase todas as cenas, onde faz par romântico com Patrícia Mayo, infelizmente sendo este o seu último trabalho como ator.

Nello, apesar da fama de galã nunca se casou. Afastou-se da carreira artística no final da década de 1960. Veio a falecer em 1993, aos 75 anos de idade, em Fóz do Iguaçu, onde residia.
 
DEIXOU SAUDADES....
 
 
FILMOGRAFIA
 
  • 1949 - O Homem Que Passa ..... Narrador
  • 1967 - O Jeca e a Freira ..... Delegado
  • 1969 - Uma Pistola Para D'Jeca ....
 
 TELEVISÃO
 
  • 1957 - Grande Teatro Tupi - episódio: Ratos e Homens
  • 1965 - As Professorinhas
  • 1965 - Amor e Perdição
  • 1965 - Ana Maria, Meu Amor
  • 1965 - O Tirano
  • 1966 - Sangue Rebelde
  • 1966 - O Anjo e o Vagabundo ..... Manuel
  • 1966 - Somos Todos Irmãos ..... Estevão
  • 1969 - Super Plá
 
 
fonte: IMDb, "Astros e Estrelas do Cinema Brasileiro"
pesquisa e montagem: Daniel Pereira
agradecimentos: Toni Cardi

sábado, 4 de abril de 2015

MARACY MELO

MARACI AMBROGI MELO
(71 anos)
Atriz

* Itatiaia, RJ (19/05/1943)
 


Maracy Mello nasceu em Itatiaia, RJ, em 19 de maio de 1943. Iniciou sua carreira como atriz no filme "TRISTEZA DO JECA" (1961), ao lado de Mazzaropi, onde interpreta a filha do Jecadando início a uma trajetória marcante nas telas do Cinema. No mesmo ano marca presença na co-produção Brasil/México, "O FUGITIVO DA NOITE" (1961), dirigido por Antonio Orellana. Em seguida participa do último episódio da série "VIGILANTE RODOVIÁRIO", "A EXTORSÃO" ao lado de Tony Campello.
 
No teatro a atriz desenvolve carreira importante, atuando em peças como: "O AVARENTO" de Moliére, "O GUARDA DA ALFÂNDEGA" e "A RATOEIRA" de Agatha Christie. No cinema, atuou também no filme "A VIDA QUIS ASSIM" (1967), dirigido por Edward Freud, no qual faz par romântico com o ator e diretor Egidio Eccio, com quem se casa.  Os dois ficam casados até a morte de Eccio, em 1977.

Edgard Franco, Francisco di Franco, Carlos Garcia e Maracy Mello
cena do filme Tristeza do Jeca, 1961
Na televisão, atua em novelas como "O TEMPO E O VENTO" (1967), de Teixeira Filho, na Excelsior, como a índia da fonte. Depois vieram outras: "A MURALHA" (1968), "DEZ VIDAS" (1969), "SOL AMARELO" (1971), entre outras.

 

Maracy Mello tem mais de vinte filmes no currículo, com atuações marcantes em filmes como "O MATADOR" (1968), de Amaro César e Egidio Eccio; "CORISCO, O DIABO LOIRO" (1969), em que faz Maria Bonita, dirigido por Carlos Coimbra; "O SEXUALISTA" (1975), de Egidio Éccio; além de outros dirigidos por cineastas como Ary Fernandes, Fauzi Mansur, Tony Vieira e Jean Garrett.

 
Foi casada com os cineastas Egydio Éccio (1929-1977) e Denoy de Oliveira (1933-1999), ambos já falecidos. Hoje afastada da vida artística, dirige uma produtora em São Paulo
 
Filmografia
  • 1961 - Tristeza do jeca
  • 1961 - O fugitivo da noite
  • 1964 - O vigilante e os cinco valentes
  • 1967 - A vida quis assim
  • 1968 - Maré alta
  • 1968 - O matador
  • 1968 - Enquanto houver uma esperança
  • 1969 - Corisco, o diabo loiro
  • 1969 - Dois mil anos de confusão
  • 1970 - Marcados para o perigo
  • 1970 - Elas
  • 1974 - O exorcista de mulheres
  • 1975 - A filha do padre
  • 1975 - O sexualista
  • 1975 - Lílian m – relatório confidencial
  • 1976 - Fruto proibido
  • 1977 - Noite em chamas
  • 1978 - J.J.J., o amigo do super-homem
  • 1979 - Os três boiadeiros
  • 1982 - Sete dias de agonia – o encalhe
  • 1984 - O baiano fantasma
  • 1997 - A grande noitada
 
fonte: "Astros e Estrelas do Cinema Brasileiro"
pesquisa e montagem: Daniel Pereira